quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sobre o Casamento... [LARP]

duo...

Pedro Lombardo, um grande defensor do casamento, dizia que o casamento tem uma dupla conjunção: ‘segundo o consentimento das almas e segundo o enlace dos corpos’

Comprometemo-nos de corpo e alma quando nos unimos. Porque o casamento por vezes requer do corpo e por vezes requer da alma. Requer daquilo que não temos. Da alma do outro e de seu corpo. Era disso que falava Sócrates, poeta versado no amor, quando afirmava que o amor deseja o que não está nem à mão, nem consigo. Que amamos aquilo de que somos carentes.

Unir-se é assumir a carência da alma do outro e de seu corpo. E se a carência de algo ou de alguém lhe parecer uma fraqueza, a isso não considere como tal. Lembre-se do nosso corpo onde o ápice é o prenúncio do declínio, e a fraqueza o indício de que um dia ele será forte. Ou das palavras proferidas por Paulo, santo apóstolo e mártir, em seu momento de angústia: ‘Quando estou fraco, então, é que sou forte’. Não, a carência não é a fraqueza do casamento. A verdadeira fraqueza do casamento é achar que o que lhe sustém é a independência de ambos, ao invés da mútua carência. Evidente que, ao casarem-se, de forma alguma serão alunadas as individualidades. Mas não serão elas o vínculo, e sim a complementaridade. Aquilo que lhes falta é o que encontram um no outro.

Assumir diante de parentes e amigos que somos carentes de alguém pode até parecer uma fraqueza, mas como bem cantou Lulu Santos: Pois que seja fraqueza então...
Qual o mal em sermos fracos? Não são os recém nascidos, os mais fracos, aqueles que recebem maior amor e aconchego?

Qual mal há em sermos afetados por alguma coisa ou alguém? Assumir que sentimos afeto por alguém, que existe alguém que nos afeta, é disso que versa o amor. Só é possível amar, desfrutar desse bem supremo que nos foi outorgado, se alguém lhe fizer falta, se houver alguém imprescindível. Esse é o ‘preço’ desse bem maior que nos foi entregue por Deus. Amar é deixar que alguém participe da sua vida. Afinal, pelo desejo de participar da nossa vida foi que Deus nos permitiu amar.

Achem um ao outro, onde estiverem, e desfrutarão do amor. Achem Deus, onde Ele lhes estiver acessível, e encontrarão paz para amar. Levem-no consigo, convidem-no para jantar, e deixem-no participar de suas vidas e união.  União de corpos e almas. Pois de Deus não se escondem estes dois, já que Dele provêm e a Ele agradam. Não há um que seja maior que outro ou mais santo. São perfeitos. 
Por isso, uma união se faz ‘segundo o consentimento das almas e segundo o enlace dos corpos’. [LARP]

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