terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre uma árvore...

Estava andando e subitamente percebi, ao longe, uma árvore caída. Era uma árvore enorme, com um tronco grosso. Sua raiz era de tal magnitude que quebrou o calçamento feito de paralelepípedos que a recobria. Sua madeira avermelhada com aquele aspecto de madeira resistente, madeira de lei. Uma árvore daquelas que você nunca imaginaria ver tombada. Mas lá estava ela, no chão. Seu tronco corpulento depois de uns dois metros de altura bifurcava em dois outros troncos menores, porém, ainda assim, dignos de respeito. Destes, só restava aquela madeira quebrada, como que um graveto, repousada na terra.

O que houve?
Será que, como as pessoas, aquela árvore desistiu? Desistiu de ser árvore?
Ou, como seres humanos, ela não encontrou mais uma razão para ser árvore?
Mas por que uma árvore deixaria de querer ser uma árvore, qual seriam seus motivos?

Talvez ela não encontrasse mais espaço para ser quem ela era. Ficou fora de época, fora de moda e fora de contexto. Sentia-se deslocada. Perdeu as razões pelas quais ela mesma se via como uma árvore. Como faz o jogador de xadrez ao perceber que a derrota é inexorável derrubando propositadamente sua peça mais importante. Assim também, aquela linda árvore derrubou-se.

Nunca saberemos...

Se eu pudesse teria dito para ela ficar de pé.
Era uma linda árvore.
[LARP]

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